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Por que é tão importante se reconhecer?

Você já se perguntou quem você é além do seu nome, idade e endereço? Quando falamos em identidade étnico-racial, estamos falando justamente de algo mais profundo: a forma como nos vemos e somos vistos no mundo, considerando nossa cor, origem, cultura e história. No Brasil, essa conversa é urgente. Somos um país onde convivem pessoas negras, brancas, indígenas, amarelas (de origem asiática) e tantas misturas que desafiam rótulos prontos. E mesmo assim, o racismo estrutural ainda insiste em apagar histórias, silenciar culturas e colocar uns acima de outros.

Identidade é mais que aparência

Ser negro, pardo, indígena, branco ou amarelo não é só uma questão de aparência física. Envolve ancestralidade, modos de viver, referências culturais, sotaques, religiões e até a forma como a sociedade nos trata. A identidade étnico-racial não é apenas algo que “temos”. É algo que construímos ao longo da vida. E ela pode mudar conforme a gente se reconhece, ou se recusa a ser encaixado em padrões que não representam quem somos.

O peso da história, o poder da memória

Durante séculos, povos indígenas e africanos foram marginalizados no Brasil, enquanto suas culturas eram desvalorizadas ou apagadas. Isso deixou marcas profundas: desde a forma como os livros escolares contam (ou omitem) essas histórias até a falta de representatividade na mídia, nas empresas e nos espaços de poder. Por isso, se reconhecer como parte de um povo historicamente silenciado é um ato político. É dizer: “eu existo, eu pertenço, e minha história importa”.

Identificar-se é resistir

Muita gente ainda sente vergonha ou confusão ao responder perguntas como “qual sua cor ou raça?”. Isso acontece porque o racismo ensinou gerações a acreditarem que ser negro, pardo ou indígena era “menos”. Mas não é. Reconhecer e afirmar sua identidade étnico-racial é um passo essencial para:

  • Fortalecer a autoestima;
  • Resgatar a história da sua família;
  • Valorizar a diversidade cultural brasileira;
  • E lutar contra o racismo e as desigualdades sociais.


A próxima vez que você olhar no espelho, tente ir além do reflexo. Pergunte-se:

  • De onde vêm meus traços, meu cabelo, meu tom de pele?
  • Quais histórias minha família carrega?
  • O que me ensinaram sobre minha cor e meu povo?
  • O que posso (re)aprender com amor e consciência?


“Não nascemos racistas. Mas nascemos em uma sociedade racista. Se não fazemos nada, acabamos sendo parte do problema.”
— Inspirado em Angela Davis
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